terça-feira, 29 de março de 2011

Tiê me inspirou a vingança.


Para aproveitar o tempo ocioso do trânsito da Avenida Brasil, coloquei para tocar o Cd novo da Tiê (que por sinal estará nesta quarta-feira, dia 30/03, ao vivo no Cultura Livre, basta acessar http://www.culturabrasil.com.br/) e comecei a prestar atenção nas músicas. Melodias, letras, arranjos e na voz dela. Uma voz doce, arranjo doce, tudo doce... minha taxa de glicose aumentou depois que escutei "A Coruja e o Coração".


É incrível como o pensamento rapidamente voa longe e quando reparei, estava pensando num assunto que tem me assombrado no último mês e que tem me enlouquecido. É um daqueles assuntos que fazem nosso ID chegar e começar "Aquele" Carnaval na nossa mente. Libera meus instintos mais selvagens de querer me vingar - apesar de achar que a vingança é um produto do ser humano, vou procurar me informar sobre isso.


Voltando à realidade (pero no mucho) fiquei imaginando uma música-vingança na voz doce da Tiê. Um pianinho bonitinho, marcando uma valsinha e cantarolando barbaridades maquiavélicas, daquelas que a gente não tem coragem de falar em voz alta.


Eis que a música 10 começa a tocar e qual é a minha surpresa ao reparar que aquela vozinha doce estava cantando Calcinha Preta? "Você não vale nada" - música que como vocês puderam reparar, tem feito parte da minha vida, só que agora eu tenho o argumento que precisava para gostar dessa música: "Não é Calcinha Preta, é Tiê!".


Ouvir Tiê cantar "Eu quero ver você sofrer, só pra deixar de ser ruim" é inspirador, por isso, resolvi escrever minha música-vingança-de-voz-doce. Ela falaria o seguinte:


Gata,

Sei que você não é a única culpada nessa história toda, mas é a única que eu não amo e que ainda não me ouviu. Espero que durante este breve tempo em que vocês estiveram juntos, você tenha se sentido querida, especial, feliz (Sei como ele é, e como ele consegue fazer isso). Mas te desejo isso não porque quero te ver feliz, afinal, "quero te ver sofrer". Faço isso pela satisfação de saber que agora você não tem ninguém, nem um, nem outro.

Pessoas como você não sabem ser amadas, por isso não merecem o amor de ninguém.

Na próxima, tente encontrar alguém da sua idade... e saiba: Estou na torcida! Sei que quando chega nos 30, tudo fica mais difícil! Ainda mais com essa carinha linda!

Fortes Abraços.


Alguém quer musicá-la?

domingo, 30 de janeiro de 2011

365 dias.


Ainda que eu só acredite que o dia muda quando eu acordo, já passou da meia noite e teoricamente hoje é aniversário da minha mãe.


O dia foi uma delícia e me fez voltar ao ano passado. No que eu estava fazendo há 1 ano atrás e como estavam as coisas.


O calor era praticamente o mesmo. A praia foi outra. A cidade não. A idade também.


Algumas pessoas mudaram. Umas faltaram. E outras não fizeram a menor falta.


Ano passado estava tentando aprender a surfar. Este ano o mar estava bravo demais pra eu me arricar. A praia de hoje é mais limpa do que a no ano passado.


Ano passado eu achava que daqui 1 ano, eu seria 365 dias mais velha. Hoje eu vejo o quanto me enganei. Sou mais velha do que imaginava. Me arrisco dizer mais madura.


Não me lembro o que escutava há 1 ano atrás, mas tenho certeza que não é nem metade das músicas que conheço hoje.


Me lembro que tinha comprado minha primeira "S/ n°". E que vi minha fotinho pequenininha, publicada na comemoração do aniversário de SP. Hoje levei minha câmera para praia e não fiz se quer uma foto.


Ano passado era feliz mas sentia que estava faltando alguma coisa.


365 dias depois, vejo o tanto que poderia ter me faltado e o quanto o que eu achava que me faltava não era muito importante.


Hoje sinto falta de outras coisas... Ainda estou decidindo se importantes ou não. Daqui 365 dias eu respondo.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"Musicável"


Tanta coisa pra fazer e eu aqui, pensando e morrendo de vontade de atualizar meu blog. Tava mais do que na hora, né?


Quando resolvi criá-lo, logo no primeiro post, quis fugir da obrigação de postar com tanta frequência. Acho que postar as vezes e escrever o que eu quero é a forma mais honesta de levar em frente isto aqui.


Passei tempos sem escrever para me proteger. Poupar meus sentimentos, minha imagem e minha dor - Já disse inúmeras vezes que não consigo ser imparcial. Por isso, postar aqui nos últimos meses seria me expor demais, e mesmo sem acreditar nos possíveis leitores desta página, sei que um eu terei. Tive, quando não queria num outro blog, sei que vou ter neste também. Acho.


Pois bem, escrevo este texto sentada na mesa do meu trabalho, ouvindo nos fones Luisa Maita (que logo menos estarei ouvindo ao vivo). Sou "do papel", por isso, este texto foi escrito e apagado tantas vezes antes de se tornar virtual.


Venho aqui para dizer que o coração continua batendo. Tem vezes que ele sai um pouco do compasso, dá um sorrisinho sem graça, mas volta a cair no samba.


Tudo é música. Tudo é "musicável". Ora o coração quer ficar quietinho no canto esquerdo, a espera do Vinícius de Moraes para colocá-lo no colo. Fica calado, esperando aconchego. Ora este mesmo coração samba a mil por hora, num ritmo frenético sem querer saber as horas e o dia da semana.


Cantei tantos sambas nestes últimos meses... Dança da Solidão, Coração Leviano, As Rosas Não Falam... Paulinho da Viola foi meu companheiro até o trabalho durante dias...

Eis que chegou Léo Cavalcanti me dizendo para eu não me (Des)Esperar e confiar no Acaso. Nessa hora pude perceber que nem tudo estava perdido. Abri os olhos e segui em frente. À frente.


Logo em seguida a loucura de Cibelle me envolveu em cores, sons e alucinações. Vesti minhas asas coloridas e me fiz borboleta. Voltei a sentir um friozinho na barriga, voltava para casa com um sorrisão no rosto. Que delícia. Voei pouco, tranquilamente. Cicatrizei a ferida. Mas uma hora a gente tem que descer, não é mesmo? E eu desci. Acabo de pousar... ainda sem saber onde cai e pra onde vou.


Hoje olhei para o lado e ouvi um barulhinho bom que me fez voltar para uma época deliciosa, quando ainda estava descobrindo a importância da música na minha vida. Ainda me emociono quando ouço Diariamente e consegui me lembrar da primeira vez que ouvi Canto de Ossanha. Hoje, ouço a versão com o filho do Lenine amarradona.



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Não se assuste pessoa, se eu lhe disser que a vida é boa!


Algumas músicas são feitas para lavar a alma. São aquelas que a gente conhece há um tempão mas só começam a fazer sentido naquele momento. E a gente escuta uma, duas, três vezes... Cada vez mais alto, e mais alto...
"Dê um rolé" dos Novos Baianos é uma delas. E nesse exato momento ela está no repet.


No som. Na cabeça. No coração.


Não consigo pensar em nada mais além da letra dessa música, que de alguma forma, me passou a sensação de liberdade, de paz em não ter que viver mentiras, situações pesaaadas... Blá! Me dá a sensação de poder transitar flutuando entre todos os meus problemas.

Problemas que mais uma vez, consegui transformar em uma coisa positiva... Consegui, em meio ao turbilhão que têm sido esses últimos meses, transformar o negativo no positivo (Acredite, isso para mim ainda é uma novidade).

Estou em paz. Estou bem. Depois de tudo, acho que estou bem.


Há alguns dias atrás, meu pai sofreu um infarto. E foi sério.

Mas não se assuste pessoa, se eu lhe disser que a vida é boa...

O infarto passou e deixou algumas restrições, mas ao mesmo tempo, percebi o quanto somos queridos por tantos amigos e pela nossa família. As surpresas boas acabaram soterrando as coisas ruins.

Não vou e nem quero diminuir a experiência pela qual ele passou. Ver a vida por um fio não é fácil. Mas encontrar uma enfermeira gente boa e poder entrar de madrugada na UTI só pra ele saber que não está sozinho, vale muito... Poder ouvir em silêncio ele me contar o que passou e como quer ser depois disso tudo... Vale tanto!
Parece que nessas horas a gente ama mais.

Como eu amo. E o melhor de tudo... ele sabe!


Eu sou amor. Da cabeça aos pés!



quinta-feira, 29 de julho de 2010

=]

Hoje os problemas estão menores.

Qualquer crise, dúvida, dor... tudo isso ficou pequeno.

Relembrei músicas antigas, nacionais que me faziam tão feliz.

Hoje os problemas estão menores.

Relembrei o que eu era, antes de ser o que sou hoje.

Hoje os problemas estão menores.

Relembrei um lugar quente, onde sei que sou querida.

Hoje os problemas estão menores.

Relembrei olhos cúmplices.

Hoje meus problemas foram embora.

Pelo menos por hoje.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

( )


Julho passou muito rápido.

Ao mesmo tempo que consigo perceber o tempo que estou na minha casa, vou sentindo um aperto no peito quando penso que vou ter que ir embora.

A distância nem é tanta assim, a gente pode resolver esse problema em pouco tempo, coisa de 50 minutos. Mas o vazio é o pior de tudo.

Chegar lá e encontrar aquele quarto, a janela apertada no fundo, entre duas paredes altas, estreitas... A luz baixa, um frio que não é acolhedor, o sentimento de solidão ecoa naquele quarto.

Talvez não seja o quarto, seja eu mesma - aliás, tenho quase certeza que é isso mesmo.

No post anterior falei da busca pela felicidade e disse não acreditar nisso. Já dizia Vinícius: "Tristeza não tem fim. Felicidade sim", como se a tristeza estivesse sempre lá, nos acompanhando em todos os momentos, ora mais intensa, ora mais branda.

Sou ariana, por isso me obrigo a ser organizada, porque sei que se não sou, as coisas saem totalmente do meu controle. Penso muito antes de falar uma coisa, porque sei que se falar tudo que eu penso posso magoar (e muito) quem quer que seja e depois sofro com a minha consciência berrando o quanto eu agi mal.

Por isso, passo dias quieta, falando apenas o necessário, conversando assuntos superficiais e se escuto alguma coisa que não gosto, logo penso: "Hoje não é dia de discutir isso".

Por isso também a madrugada sempre me foi produtiva, desde pequena. Sempre gostei de sentar no meio do meu quarto e recortar revistas para depois fazer colagens, deitava no escuro e colocava o som bem pertinho dos ouvidos para poder ouvir cada detalhe, cada som, cada ruído da minha música preferida (daquela semana), tudo isso com a certeza de que ninguém entraria no quarto para me perguntar o que eu estava fazendo.

Como faz quando temos que voltar para um lugar que não gostamos? Como faz quando não nos sentimos bem no lugar que vivemos? Como conseguir relevar todos os problemas, todas as frustrações? Como faz para não se importar? A gente não busca a felicidade, a gente a produz. E como faz quando o ingrediente está em falta no nosso organismo? No nosso coração?

Quando eu tinha 16 anos, eu tinha meu porto-seguro. A praça Benedito Calixto.

Lá eu sabia que seria feliz. Sabia que em algum momento da tarde, entraria numa roda de maracatu, veria (e ouviria) os tambores descendo do palco para se misturar com todo mundo, que faríamos uma ciranda e cantaríamos "eu tava / na beira da praia / ouvindo a gandaia das ondas do mar". Em algum momento do dia, eu olharia pro lado e veria um par de olhos negros cúmplices, que entenderia a minha felicidade por estar lá e saberia que eu também estava entendendo a felicidade deles. Lá eu não precisava pensar no que dizer, não precisava forçar minha organização, programar cada minuto do que faria... lá eu poderia ser o que eu quisesse.

Será que crescer é perder nosso porto-seguro?

Ouvi minha vida inteira que deveria tocar o Foda-se para algumas coisas: opinião dos outros, palavras grosseiras sobre a gente, inveja, rancor das outras pessoas. Ouvi minha vida inteira que não deveria tentar mudar o outro... isso eu acho que aprendi. Mas esse botão do "foda-se" eu não encontrei até agora.

E acho que eu sempre gostei da solidão porque ela sempre foi apenas uma opção... A solidão num lugar acolhedor é uma opção. A solidão num lugar vazio... é solidão demais.
Estou chorando as pitangas mesmo, mas é que não aguento mais. Pensei que escrever fosse uma forma de exorcismo para o que estou sentindo.
To vendo que não.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

"Liberdade e Felicidade"


Todos sabem que eu faço um curso de Comunicação e que gosto muito. Embora eu tenha caído de para-quedas nesse curso, hoje consigo ver o quanto ele me completa e como eu gosto do que faço.

E desde o começo do curso, todos os professores adotam o discurso de que desde o século passado (XX) até hoje em dia, todos vivemos no mundo das imagens, que somos o que consumimos, o que vestimos etc.

Não discordo de nada disso, acho mesmo que tudo se resume a roupa, acessórios e tratamentos de clareamento dos dentes.

Em todo lugar que vamos, encontramos pessoas felizes porque compraram um celular, porque vão viajar, porque conseguiram de alguma forma, se encaixar dentro de algum padrão. "Ufa!"

Não sei se a coisa se potencializa aqui no Brasil, um país onde encontramos tanta pobreza, tanta miséria, que qualquer coisa que nos diferencie "deles" já é motivo de celebração e foto no Orkut/Facebook. Como eu odeio essas fotos.

Eu odeio mas vejo todoas... Sem um olhar crítico, consciente da manipulação, do fragmento de verdade que aquele instânte representa. Mas ainda assim caio direitinho nessa enganação.

Será aquilo a felicidade? Felicidade.... não queria dizer isso, mas está impossível... Afinal de contas, que merda é essa de felicidade?

Pode ser uma vidinha medícore (Huum... típico comentário do amargurado), pode ser um monte de cápsulas ingeridas diariamente, pode ser um casamento, um monte de amigas... sei lá.

(Mas por favor não se esqueçam de ilustrá-la no Orkut/Facebook)

Há um tempo atrás ouvi dizer que todos deveriam se sentir Felizes e Livres... Que liberdade e felicidade são duas coisas diretamente ligados.


Quem é burro o suficiente pra buscar a felicidade?

Estou lendo " O que Keith Richards faria em seu lugar?". Um livro besta, de filosofia barata, como o livro "O Segredo", mas nesse, você dá umas risadinhas e acha um pouco de lógica em alguns comentários dele, quando comparados com grandes pesadores como Platão, Aristóteles e Nietzsche.

Por isso encerro com uma das inúmeras frases dele.

"Niguém é totalmente livre, e livre de que? Acho que muitas pessoas nem sabem o que as matém em cativeiro. Às vezes é você mesmo."

No começo achei essa história de Felicidade e Liberdade uma graça, me fez pensar. Hoje já não acho mais.