quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"Musicável"


Tanta coisa pra fazer e eu aqui, pensando e morrendo de vontade de atualizar meu blog. Tava mais do que na hora, né?


Quando resolvi criá-lo, logo no primeiro post, quis fugir da obrigação de postar com tanta frequência. Acho que postar as vezes e escrever o que eu quero é a forma mais honesta de levar em frente isto aqui.


Passei tempos sem escrever para me proteger. Poupar meus sentimentos, minha imagem e minha dor - Já disse inúmeras vezes que não consigo ser imparcial. Por isso, postar aqui nos últimos meses seria me expor demais, e mesmo sem acreditar nos possíveis leitores desta página, sei que um eu terei. Tive, quando não queria num outro blog, sei que vou ter neste também. Acho.


Pois bem, escrevo este texto sentada na mesa do meu trabalho, ouvindo nos fones Luisa Maita (que logo menos estarei ouvindo ao vivo). Sou "do papel", por isso, este texto foi escrito e apagado tantas vezes antes de se tornar virtual.


Venho aqui para dizer que o coração continua batendo. Tem vezes que ele sai um pouco do compasso, dá um sorrisinho sem graça, mas volta a cair no samba.


Tudo é música. Tudo é "musicável". Ora o coração quer ficar quietinho no canto esquerdo, a espera do Vinícius de Moraes para colocá-lo no colo. Fica calado, esperando aconchego. Ora este mesmo coração samba a mil por hora, num ritmo frenético sem querer saber as horas e o dia da semana.


Cantei tantos sambas nestes últimos meses... Dança da Solidão, Coração Leviano, As Rosas Não Falam... Paulinho da Viola foi meu companheiro até o trabalho durante dias...

Eis que chegou Léo Cavalcanti me dizendo para eu não me (Des)Esperar e confiar no Acaso. Nessa hora pude perceber que nem tudo estava perdido. Abri os olhos e segui em frente. À frente.


Logo em seguida a loucura de Cibelle me envolveu em cores, sons e alucinações. Vesti minhas asas coloridas e me fiz borboleta. Voltei a sentir um friozinho na barriga, voltava para casa com um sorrisão no rosto. Que delícia. Voei pouco, tranquilamente. Cicatrizei a ferida. Mas uma hora a gente tem que descer, não é mesmo? E eu desci. Acabo de pousar... ainda sem saber onde cai e pra onde vou.


Hoje olhei para o lado e ouvi um barulhinho bom que me fez voltar para uma época deliciosa, quando ainda estava descobrindo a importância da música na minha vida. Ainda me emociono quando ouço Diariamente e consegui me lembrar da primeira vez que ouvi Canto de Ossanha. Hoje, ouço a versão com o filho do Lenine amarradona.



Um comentário:

Sato disse...

É um salto na sonoridade,
relaxante no texto e ansiosa nas entrelinhas.

Mantenha a frequência, sim?

Beijo!