quinta-feira, 29 de julho de 2010

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Hoje os problemas estão menores.

Qualquer crise, dúvida, dor... tudo isso ficou pequeno.

Relembrei músicas antigas, nacionais que me faziam tão feliz.

Hoje os problemas estão menores.

Relembrei o que eu era, antes de ser o que sou hoje.

Hoje os problemas estão menores.

Relembrei um lugar quente, onde sei que sou querida.

Hoje os problemas estão menores.

Relembrei olhos cúmplices.

Hoje meus problemas foram embora.

Pelo menos por hoje.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

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Julho passou muito rápido.

Ao mesmo tempo que consigo perceber o tempo que estou na minha casa, vou sentindo um aperto no peito quando penso que vou ter que ir embora.

A distância nem é tanta assim, a gente pode resolver esse problema em pouco tempo, coisa de 50 minutos. Mas o vazio é o pior de tudo.

Chegar lá e encontrar aquele quarto, a janela apertada no fundo, entre duas paredes altas, estreitas... A luz baixa, um frio que não é acolhedor, o sentimento de solidão ecoa naquele quarto.

Talvez não seja o quarto, seja eu mesma - aliás, tenho quase certeza que é isso mesmo.

No post anterior falei da busca pela felicidade e disse não acreditar nisso. Já dizia Vinícius: "Tristeza não tem fim. Felicidade sim", como se a tristeza estivesse sempre lá, nos acompanhando em todos os momentos, ora mais intensa, ora mais branda.

Sou ariana, por isso me obrigo a ser organizada, porque sei que se não sou, as coisas saem totalmente do meu controle. Penso muito antes de falar uma coisa, porque sei que se falar tudo que eu penso posso magoar (e muito) quem quer que seja e depois sofro com a minha consciência berrando o quanto eu agi mal.

Por isso, passo dias quieta, falando apenas o necessário, conversando assuntos superficiais e se escuto alguma coisa que não gosto, logo penso: "Hoje não é dia de discutir isso".

Por isso também a madrugada sempre me foi produtiva, desde pequena. Sempre gostei de sentar no meio do meu quarto e recortar revistas para depois fazer colagens, deitava no escuro e colocava o som bem pertinho dos ouvidos para poder ouvir cada detalhe, cada som, cada ruído da minha música preferida (daquela semana), tudo isso com a certeza de que ninguém entraria no quarto para me perguntar o que eu estava fazendo.

Como faz quando temos que voltar para um lugar que não gostamos? Como faz quando não nos sentimos bem no lugar que vivemos? Como conseguir relevar todos os problemas, todas as frustrações? Como faz para não se importar? A gente não busca a felicidade, a gente a produz. E como faz quando o ingrediente está em falta no nosso organismo? No nosso coração?

Quando eu tinha 16 anos, eu tinha meu porto-seguro. A praça Benedito Calixto.

Lá eu sabia que seria feliz. Sabia que em algum momento da tarde, entraria numa roda de maracatu, veria (e ouviria) os tambores descendo do palco para se misturar com todo mundo, que faríamos uma ciranda e cantaríamos "eu tava / na beira da praia / ouvindo a gandaia das ondas do mar". Em algum momento do dia, eu olharia pro lado e veria um par de olhos negros cúmplices, que entenderia a minha felicidade por estar lá e saberia que eu também estava entendendo a felicidade deles. Lá eu não precisava pensar no que dizer, não precisava forçar minha organização, programar cada minuto do que faria... lá eu poderia ser o que eu quisesse.

Será que crescer é perder nosso porto-seguro?

Ouvi minha vida inteira que deveria tocar o Foda-se para algumas coisas: opinião dos outros, palavras grosseiras sobre a gente, inveja, rancor das outras pessoas. Ouvi minha vida inteira que não deveria tentar mudar o outro... isso eu acho que aprendi. Mas esse botão do "foda-se" eu não encontrei até agora.

E acho que eu sempre gostei da solidão porque ela sempre foi apenas uma opção... A solidão num lugar acolhedor é uma opção. A solidão num lugar vazio... é solidão demais.
Estou chorando as pitangas mesmo, mas é que não aguento mais. Pensei que escrever fosse uma forma de exorcismo para o que estou sentindo.
To vendo que não.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

"Liberdade e Felicidade"


Todos sabem que eu faço um curso de Comunicação e que gosto muito. Embora eu tenha caído de para-quedas nesse curso, hoje consigo ver o quanto ele me completa e como eu gosto do que faço.

E desde o começo do curso, todos os professores adotam o discurso de que desde o século passado (XX) até hoje em dia, todos vivemos no mundo das imagens, que somos o que consumimos, o que vestimos etc.

Não discordo de nada disso, acho mesmo que tudo se resume a roupa, acessórios e tratamentos de clareamento dos dentes.

Em todo lugar que vamos, encontramos pessoas felizes porque compraram um celular, porque vão viajar, porque conseguiram de alguma forma, se encaixar dentro de algum padrão. "Ufa!"

Não sei se a coisa se potencializa aqui no Brasil, um país onde encontramos tanta pobreza, tanta miséria, que qualquer coisa que nos diferencie "deles" já é motivo de celebração e foto no Orkut/Facebook. Como eu odeio essas fotos.

Eu odeio mas vejo todoas... Sem um olhar crítico, consciente da manipulação, do fragmento de verdade que aquele instânte representa. Mas ainda assim caio direitinho nessa enganação.

Será aquilo a felicidade? Felicidade.... não queria dizer isso, mas está impossível... Afinal de contas, que merda é essa de felicidade?

Pode ser uma vidinha medícore (Huum... típico comentário do amargurado), pode ser um monte de cápsulas ingeridas diariamente, pode ser um casamento, um monte de amigas... sei lá.

(Mas por favor não se esqueçam de ilustrá-la no Orkut/Facebook)

Há um tempo atrás ouvi dizer que todos deveriam se sentir Felizes e Livres... Que liberdade e felicidade são duas coisas diretamente ligados.


Quem é burro o suficiente pra buscar a felicidade?

Estou lendo " O que Keith Richards faria em seu lugar?". Um livro besta, de filosofia barata, como o livro "O Segredo", mas nesse, você dá umas risadinhas e acha um pouco de lógica em alguns comentários dele, quando comparados com grandes pesadores como Platão, Aristóteles e Nietzsche.

Por isso encerro com uma das inúmeras frases dele.

"Niguém é totalmente livre, e livre de que? Acho que muitas pessoas nem sabem o que as matém em cativeiro. Às vezes é você mesmo."

No começo achei essa história de Felicidade e Liberdade uma graça, me fez pensar. Hoje já não acho mais.