domingo, 30 de janeiro de 2011

365 dias.


Ainda que eu só acredite que o dia muda quando eu acordo, já passou da meia noite e teoricamente hoje é aniversário da minha mãe.


O dia foi uma delícia e me fez voltar ao ano passado. No que eu estava fazendo há 1 ano atrás e como estavam as coisas.


O calor era praticamente o mesmo. A praia foi outra. A cidade não. A idade também.


Algumas pessoas mudaram. Umas faltaram. E outras não fizeram a menor falta.


Ano passado estava tentando aprender a surfar. Este ano o mar estava bravo demais pra eu me arricar. A praia de hoje é mais limpa do que a no ano passado.


Ano passado eu achava que daqui 1 ano, eu seria 365 dias mais velha. Hoje eu vejo o quanto me enganei. Sou mais velha do que imaginava. Me arrisco dizer mais madura.


Não me lembro o que escutava há 1 ano atrás, mas tenho certeza que não é nem metade das músicas que conheço hoje.


Me lembro que tinha comprado minha primeira "S/ n°". E que vi minha fotinho pequenininha, publicada na comemoração do aniversário de SP. Hoje levei minha câmera para praia e não fiz se quer uma foto.


Ano passado era feliz mas sentia que estava faltando alguma coisa.


365 dias depois, vejo o tanto que poderia ter me faltado e o quanto o que eu achava que me faltava não era muito importante.


Hoje sinto falta de outras coisas... Ainda estou decidindo se importantes ou não. Daqui 365 dias eu respondo.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"Musicável"


Tanta coisa pra fazer e eu aqui, pensando e morrendo de vontade de atualizar meu blog. Tava mais do que na hora, né?


Quando resolvi criá-lo, logo no primeiro post, quis fugir da obrigação de postar com tanta frequência. Acho que postar as vezes e escrever o que eu quero é a forma mais honesta de levar em frente isto aqui.


Passei tempos sem escrever para me proteger. Poupar meus sentimentos, minha imagem e minha dor - Já disse inúmeras vezes que não consigo ser imparcial. Por isso, postar aqui nos últimos meses seria me expor demais, e mesmo sem acreditar nos possíveis leitores desta página, sei que um eu terei. Tive, quando não queria num outro blog, sei que vou ter neste também. Acho.


Pois bem, escrevo este texto sentada na mesa do meu trabalho, ouvindo nos fones Luisa Maita (que logo menos estarei ouvindo ao vivo). Sou "do papel", por isso, este texto foi escrito e apagado tantas vezes antes de se tornar virtual.


Venho aqui para dizer que o coração continua batendo. Tem vezes que ele sai um pouco do compasso, dá um sorrisinho sem graça, mas volta a cair no samba.


Tudo é música. Tudo é "musicável". Ora o coração quer ficar quietinho no canto esquerdo, a espera do Vinícius de Moraes para colocá-lo no colo. Fica calado, esperando aconchego. Ora este mesmo coração samba a mil por hora, num ritmo frenético sem querer saber as horas e o dia da semana.


Cantei tantos sambas nestes últimos meses... Dança da Solidão, Coração Leviano, As Rosas Não Falam... Paulinho da Viola foi meu companheiro até o trabalho durante dias...

Eis que chegou Léo Cavalcanti me dizendo para eu não me (Des)Esperar e confiar no Acaso. Nessa hora pude perceber que nem tudo estava perdido. Abri os olhos e segui em frente. À frente.


Logo em seguida a loucura de Cibelle me envolveu em cores, sons e alucinações. Vesti minhas asas coloridas e me fiz borboleta. Voltei a sentir um friozinho na barriga, voltava para casa com um sorrisão no rosto. Que delícia. Voei pouco, tranquilamente. Cicatrizei a ferida. Mas uma hora a gente tem que descer, não é mesmo? E eu desci. Acabo de pousar... ainda sem saber onde cai e pra onde vou.


Hoje olhei para o lado e ouvi um barulhinho bom que me fez voltar para uma época deliciosa, quando ainda estava descobrindo a importância da música na minha vida. Ainda me emociono quando ouço Diariamente e consegui me lembrar da primeira vez que ouvi Canto de Ossanha. Hoje, ouço a versão com o filho do Lenine amarradona.