quinta-feira, 22 de abril de 2010

"AS MELHORES COISAS DO MUNDO"


Saindo da FAAP, eu e meu querido amigo resolvemos pegar um cineminha... algo bem light.
A intenção era começar beeem relax o pequeno feriado que estava chegando.
Nem pegamos o carro, subimos e descemos as ladeiras de Higienópolis, nos escondendo do Sol que estava castigando - confesso que no meio do caminho pintou um arrependimento, mas durou pouco... a arquietetura e o verde do bairro nos faz perceber uma São Paulo diferente, longe do preconceito e da fama de "cidade cinza".

A sessão Coca-Cola começava 2 e pouquinho da tarde e quando entramos na sala já estava tudo escuro... Depois de milhares de propagandas, trailers e animações para desligarmos o telefone ("Isto sim é cinemark") o filme começou.

Juro que entrei naquela sessão com a intenção de relaxar, de não pensar em nada... Meu namorado adora ir ao cinema, mas nunca para ver os filmes que eu quero, por isso nem esperei que ele fosse comigo, ainda mais se eu falasse que era um filme com o Fiuk, protagonista da Malhação.
Mas o filme foi enchendo meus olhos e o meu coração... as imagens saturadas, os diálogos tão bem escritos, a fotografia muito bem pensada... e os conflitos... Há muito tempo que a adolescência não era tratada de uma forma honesta e séria.

Na minha época, quando estava entrando na adolescência, não existia nenhum filme ou seriado na TV que nos retratassem do jeito que éramos.
Quando era mais nova, assistia precocemente "Confissões de Adolescemte" e eu amava, não esperava a hora de viver tudo aquilo e venerava minha irmã por já estar vivendo... Mas quando chegou a minha vez... onde eu estava sendo retratada?

E hoje, vejo minha prima de 14 anos e não a entendo. Não sei se eu amadureci meus proconceitos muito rápido ou se são elas que estão cada vez mais "adultas" por fora e "infantis" por dentro.
Há pouco tempo atrás, disse que não aguentava mais essas menininhas de 14 anos fingindo ser alguma coisa...
Elas brincam de ser gente grande, querem viver e se vestir como gente grande, mas não aguentam o tranco, o que é natural, já que tem muita "Gente Grande" que também não aguenta. Mas ainda assim, fica tudo um pouco patético, sei lá... Mas acho que mesmo com 23 anos (e nesse texto, acho 23 anos muito pouco) eu já as vejo com os olhos de 40 anos, não as levo a sério. Grande erro...

Saímos do filme com a luz do fim da tarde... O tempo estava uma delícia, quente com ventinho... Andávamos pelo bairro alucinados com o que tinhamos visto... tudo aquilo mexeu muito com a gente. O lado universitário ficou impressionado com a fotografia, a edição, a arte, direção... toda parte técnica. Mas por outro lado, o lado adolescente que tá com medo de virar adulto de vez, ficou mexido com a história, com os sentimentos. Esse lado, pela primeira vez em 6 anos, sentiu saudade do tempo da escola.

Peguei meu carro e tentei ir embora... Não consegui até hoje.

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